Necrologia

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Frei Firmino Battistella

25/04/1919
17/05/2015

Frei Firmino Battistella morre às 5h15 do domingo 17 de maio de 2015 , no Hospital Pompeia, em Caxias do Sul, de parada cardiorrespiratória. Estava hospitalizado desde o dia 30 de abril de 2015

 É  velado na capela particular da Casa São Frei Pio, junto ao Convento Imaculada Conceição, em Caxias do Sul. Às 16 horas é realizada  missa de despedida e, a seguir é sepultado no Memorial dos Capuchinhos, também junto ao convento e igreja matriz Imaculada Conceição, em Caxias do Sul.

 

Filho de Antônio Battistella e Escolástica Cesca Battistella, nasceu em 25 de abril de 1919, em Casca, RS. O nome civil era Reonildo Balduino Battistella. Foi crismado por Dom João Becker, arcebispo de Porto Alegre, na capela Santo Antônio, de Casca.

    Em abril de 1936, aos 17 anos, ingressou no Seminário São José, de Veranópolis. No ano seguinte, em 5.01.1937, vestiu o hábito capuchinho e iniciou o ano do noviciado, no Convento Sagrado Coração de Jesus, em Flores da Cunha, sendo mestre Frei Cláudio Mocelini. Em 6 de janeiro de 1938, fez a profissão dos votos religiosos na Ordem dos Frade Menores Capuchinhos, Província do Rio Grande do Sul.

    Fez os estudos do primeiro grau na Comunidade São Luiz, de Casca e no Seminário de Veranópolis. Em 1970 fez um curso de apicultura na Estação Experimental de Taquari, RS.

    Como irmão capuchinho, dedicou-se aos serviços gerais em vários seminários e conventos: Veranópolis (1938-39), Flores da Cunha (1940-48) e durante 27 anos, em Vila Flores (1949-1976), período em que acompanhou centenas e até milhares de seminaristas. A seguir, passou dois anos como auxiliar no seminário menor de Hidrolândia, Goiás (na hoje Província do Brasil Central). Em 1979 retornou ao Rio Grande do Sul, onde, até meados de 1985, retoma sua vida e atividades no Seminário de Vila Flores como apicultor e horticultor.

    O dia 15 de julho de 1985 marca o início de uma nova experiência na vida de Frei Firmino: transfere-se para a cidade de Barra, na Bahia, onde passa a ser o companheiro do bispo Dom Itamar Vian, nomeado como bispo de Barra. Nesse período, como especialista que era, foi um grande incentivador da apicultura junto aos sertanejos da região do semiárido da Bahia, ampliando significativamente a fonte de renda de muitas famílias através da produção de mel. Foi o fundador de uma associação de apicultores e, quando deixou a Barra, doou a ela todos os equipamentos que possuía para o trato das abelhas e produção de mel.

     Em Barra, atuou também como Ministro Extraordinário da Eucaristia - ordenado por Dom Itamar Vian para atendimento aos enfermos -, na promoção social, sempre lutando por melhor alimentação e higiene junto às populações, e em todos os serviços de apoio na residência episcopal.

    No período em que esteve na Bahia manifestou vontade de ser missionário na África. Convencê-lo das limitações de saúde não foi tarefa fácil. Em 1994, teve a oportunidade de fazer uma experiência intensiva de espiritualidade focolarina e franciscana em Lopiano e Assis, na Itália, período que lhe renovou o ânimo quanto à vida e missão de frade capuchinho.

    No final de 1997 e início de 1998 passou alguns meses em Caxias do Sul para tratamento de saúde. Mas, em maio de 1998 já estava em Cuiabá, na sede da Custódia Provincial Brasil Oeste, sempre prestativo em todas as necessidades da casa e dos confrades.

    Em dezembro do ano 2000, durante a realização de um Congresso de Apicultores do Município de Barra, BA, Frei Firmino recebeu um troféu e foi homenageado por ter sido o fundador da Associação dos apicultores do Município de Barra, fato que propiciou a muitas famílias viver do cuidado das abelhas, da extração e do comércio do mel.

    Permaneceu no Mato Grosso até o final de 2013, quando retornou à Província do Rio Grande do Sul. Desde o início de 2014 era membro da Casa São Frei Pio, em Caxias do Sul, mostrando-se sempre ativo, lendo tudo o que podia, porém sentindo as dificuldades de locomoção que os 95 anos lhe apresentavam.

    Sempre foi uma pessoa disposta, fazendo pouca conta das limitações de saúde. Há mais tempo havia extraído um dos rins, teve fratura no crânio em acidente de trabalho, fez cirurgia de próstata, tinha alguma dificuldade de andar, problemas dentários e, em 2014, exames revelaram grave cardiopatia, precisamente, entupimento de válvula cardíaca.

    De 20 a 27 de março deste ano havia sido internado por dificuldade respiratória. Dia 30 de abril, com os primeiros frios, – aliás, frei Firmino nunca gostou do frio do Rio Grande do Sul – por dificuldade respiratória, novamente foi hospitalizado no Pompéia, onde, só conseguia respirar com utilização de oxigênio. Tratou de infecção respiratória com antibiótico, mas, em consequência dos corticoides passou a apresentar edema nos pés, mãos e rosto. Apesar de controlar a infecção, persistia a dificuldade de respirar sem o auxílio do oxigênio.

    No dia 6 de março de 1988, celebrou o jubileu de ouro de vida religiosa, em Vila Flores. De uma simplicidade realmente franciscana, Frei Firmino foi estimado por todos, em todas as fases de sua vida de irmão capuchinho. Trabalho e oração, oração e trabalho são as palavras simples que bem retratam sua vida simples.

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