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Frei Maxes Estinvil é ordenado Presbítero

21/12/2021 - 09h58

No sábado dia 18 de dezembro de 2021, na Igreja São Judas Tadeu em Porto Alegre/RS, frei Maxes Estinvil foi ordenado presbítero. A celebração eucarística e a ordenação presbiteral foi presidida por Dom Frei Cleonir Paulo Dalbosco, OFMCap, bispo  Diocesano de Bagé/RS. Dentre os concelebrantes o Ministro Provincial dos Freis Capuchinhos do RS, frei Nilmar Carlos Gatto e demais padres que vieram de diversos lugares. Participaram ainda frades vindos das fraternidades, religiosos e religiosas de outras congregações, formandos capuchinhos, seminaristas e a comunidade. Frei Nilo Trindade, pároco da Paróquia São Judas Tadeu fez a acolhida dos participantes.  

O lema de ordenação escolhido por frei Maxes foi à passagem do livro do profeta Jeremias “Antes que te formasse no seio de tua Mãe eu te escolhi e te consagrei” (Jr. 1,5) que para ele representa o percurso formativo realizado até aqui e que o acompanhará em seu ministério.

Rito de Ordenação

Ao iniciar o rito de ordenação, coube ao frei Luiz Carlos Susin, guardião da Fraternidade São Judas Tadeu, a leitura do histórico de frei Maxes, destacando sua caminhada vocacional e a gratidão pela presença na fraternidade.  

Fraternidade, alegria franciscana, serviço e cuidado da vida

Após ser acolhido a Ordem do Presbiterado, Dom Frei Cleonir em sua homilia  saudou os que acompanhavam pelas redes sociais e os presentes. Disse que frei Maxes, diante de Deus e da comunidade recebia a graça da ordenação presbiteral, destacou o processo formativo de discernimento e os estudos que teve, e que hoje após ouvir o Evangelho de Jesus Cristo podia dizer: é isso que eu quero e é isso que vou viver de todo meu coração.

Falou ainda da importância do sacerdócio para a Igreja, e disse que a vida sacerdotal é difícil e complexa no tempo e no mundo em que estamos vivendo, mas também é necessária e é possível, porque a missão do sacerdote, do padre, do religioso, é estar a serviço do Reino de Deus e o Reino é de Deus e nós somos os seus colaboradores, quando colocamos a nossa vida para que a vontade de Deus aconteça.

Sobre a Palavra de Deus destacou que é importante, rica e provocante. “Ouvimos que devemos estar a serviço e fazer com que a vontade de Deus aconteça no meio de nós. Quando nos entregamos a Ele, pelo chamado, pela vocação, devemos fazer a sua vontade e não a nossa vontade. A missão do sacerdote, do religioso é essa: fazer com que a vontade de Deus aconteça no meio do seu povo, e que a vontade e desejo é que todos tenham vida e vida em abundância, não só para alguns, vida para todos. Essa é a vontade de Deus. Nesse tempo de pandemia que vivemos, com tanta morte e sofrimento recordamos que a vida é o maior dom que recebemos e pertence a Deus, e quando desconsideramos, comprometemos a nossa vida e a vida de tantos irmãos e irmãs. Esses dois anos deixou a lição que é preciso valorizar, respeitar e promover a vida, buscando todos os recursos possíveis para que a vida seja preservada, seja cuidada, sendo essa a missão do sacerdote: cuidar da vida, da vida de seu povo, cuidar da vida humana, da vida do planeta, tão ameaçada em tantos momentos e situações. A voz do sacerdote e do profeta deve ser por vida e vida para todos”.

 No evangelho disse que “vemos Maria agraciada pelo Espírito Santo, que vai a sua prima que estava necessitada levar a presença de Deus. Veja, a vida do sacerdote é ajudar as pessoas a se encontrarem com Deus. Deus é vida, amor, paz, justiça, fraternidade e diálogo. Maria dá o exemplo e vai ao encontro e ajuda as pessoas a se encontrarem com nosso Deus, o Deus da vida. Frei Maxes escolhe essa frase para iluminar a sua missão: “Antes que te formasse no seio de tua Mãe eu te escolhi e te consagrei”. E hoje frei Maxes, Deus novamente te acolhe e te dá a graça de ser seu missionário aqui no meio de nós, mas também no Haiti”.

Ao concluir a reflexão falou que “hoje quero dizer três palavras que são valores para a vida capuchinha, mas para a Igreja também. A primeira palavra é aquela que está em nossas Constituições: a fraternidade. Ela que deve ser o primeiro testemunho de nossa evangelização, é um valor que não se negocia, temos que viver. Para nós sacerdotes e consagrados, a fraternidade é um grande valor, e é o primeiro testemunho de nossa evangelização. O povo deve ver e sentir a fraternidade que acontece entre os irmãos. A segunda palavra é uma característica muito forte na vida de frei Maxes que é a alegria franciscana. O Papa Francisco frisou isso dizendo que onde há vida consagrada deve haver alegria, e frei Maxes tem esse dom, foi agraciado por Deus com a alegria e nos transmite alegria. Nunca deixe de transmitir alegria ou que ela fique fora de seu Ministério, da sua vida. E a terceira palavra é o serviço, olhe para Maria, ela é o modelo para a vida consagrada religiosa, para os presbíteros, para bispos. Outro dia dizia para um irmão, se nossas mãos não servem para ajudar a levantar os caídos, os leprosos de nosso tempo, também não servem para servir o altar. Hoje nós devemos estar a serviço de nossos irmãos e irmãs, e temos o testemunho de nosso fundador Francisco de Assis, que saiu dos muros para abraçar os pobres, doentes, excluídos e marginalizados. Que o nosso coração seja sempre acolhedor e que nossas mãos possam servir aqueles que mais precisam”.

Finalizou dizendo que era dia de agradecer a Deus pelo sim de Frei Maxes.  “Obrigado pelo seu sim para a Igreja, para a sociedade e para a vida capuchinha. Louvamos a Deus pela sua vida, pela sua resposta ao chamado de Deus e diariamente estaremos rezamos por você. Queridos irmãos e irmãs, não deixemos de rezar pelas vocações, para que mais pessoas sintam esse chamado de Deus e se coloquem a serviço. Os que são chamados e escolhidos terão sempre a força e a presença de Deus, que nunca falte o amor de Deus por nós”.

Prostração e imposição das mãos

 Após manifestar as disposições de vida para assumir o Ministério em diálogo com o Bispo, frei Maxes se prostrou por terra, num gesto altamente simbólico, significando assim a morte para si mesmo a fim de assumir o ser novo como presbítero, dom do Espírito. Logo após a ladainha, frei Maxes de joelhos diante do Bispo, recebeu a imposição das mãos, gesto sacramental central deste rito em que, por obra do Espírito, frei Maxes se torna presbítero para a Igreja e para o povo de Deus. Gesto seguido pelos demais presbíteros.

Estola e casula

O padre Júnior, amigo de infância de frei Maxes, e o padre Renato, colega de missão no Haiti, revestiram o novo padre com a estola e a casula que simbolizam a sua condição presbiteral.

Unção das mãos

Frei Maxes ajoelhou-se diante do Bispo Dom Cleonir para que suas mãos fossem ungidas com o óleo do crisma, sinal sacramental de sua missão: mãos para acolher, abençoar, reconciliar e santificar.

Entrega do pão e vinho

Luiz Carlos Sivelli e Ana Gabriela trouxeram a patena com o pão eucarístico e cálice, e entregaram ao Bispo que entregou ao Ordenado, como compromisso daquilo que vai fazer. Logo após foi acolhido pelos demais presbíteros. 

Palavra do Ministro Provincial

Nos pronunciamentos finais Frei Nilmar saudou e agradeceu a presença de todos neste momento especial da vida de frei Maxes. Ao se dirigir a frei Maxes disse que hoje era um dia em se coloca em prática o lema que escolheu para a Ordenação, e que assim se concretiza mais uma parte porque está se consagrando ao Senhor, agora então na missão de presbítero do Senhor na construção de seu Reino.

Disse que observou a presença do padre Renato, da Diocese de Caçador e recordou dos tempos que conviveram no Haiti e de tudo que fizeram juntos, agradecendo pelo tempo de missão. Disse que a nova obediência do frei Maxes é retornar ao Haiti, porque sabe da necessidade da delegação, da missão e as dificuldades enfrentadas pelo povo de Deus, por isso a importância da presença do frei Maxes para a continuação da caminhada, com fé, dedicação e fidelidade ao Reino de Deus, ressaltando ainda a confiança no trabalho dele e da Delegação Provincial do Haiti. Agradeceu a presença de frei Aldir Crocoli e frei Lori, representantes da Delegação que retornaram do Haiti há poucos dias, depois de um tempo de permanência no país. 

Na sequência disse que traria três coisas ditas pelo Papa Francisco no encerramento do ano sacerdotal de 2019, que é importante para os sacerdotes, mas em especial ao frei Maxes que assume hoje a vocação. Em primeiro lugar, não esqueça o acompanhamento espiritual, tendo um irmão com quem falar.  Em segundo nunca abandone a fraternidade e o povo, não te isole do teu povo e dos teus irmãos da fraternidade e não te deixe levar por grupos fechados ou elitistas. E terceiro contemple Maria, pois ela nos ensina o louvor capaz de abrir o olhar para o futuro e devolver a esperança do presente. O olhar para Maria é voltar a crer na força revolucionária da ternura e do afeto. Digo a ti neste momento e te dizendo isso te desejo toda luz, toda força, toda a vida, na missão nova que levas a frente, estamos aqui pra te apoiar.

Palavras do novo Padre

Frei Maxes agradeceu a Deus pela vocação, dizendo que Ele mesmo diz: “Antes que te formasse no seio de tua mãe, eu te escolhi e te consagrei”. Disse que tem certeza que a sua vocação vem Dele, por isso queria louvar e bendizer o nome do Senhor. Agradeceu a família, em especial a sua mãe e a sua mãe adotiva, ao saudoso pai in memoriam e todos os irmãos e irmãs pelo apoio. Logo após fez uma saudação em língua crioula haitiana aos familiares, amigos e a comunidade haitiana presente.

Saudou Dom Frei Cleonir por presidir este momento, destacando a sua simpatia desde que acolheu a sua primeira profissão religiosa em 2011 onde lhe disse uma frase que ainda está em seu coração: “Quem assume aquilo que prometeu vai ser sempre feliz”. E disse: “hoje você me diz fraternidade, alegria e serviço”.

Cumprimentou também o Ministro Provincial e seus conselheiros e demais frades presentes, agradecendo pela confiança e apoio. Agradeceu aos frades, padres, religiosos e religiosas de diversas congregações, seminaristas, a comunidade haitiana presente, aos freis da fraternidade São Judas Tadeu por todo apoio e o incentivo, e que levará os ensinamentos, carinho e simplicidade dos frades por onde andar. Agradeceu aos formadores por toda ajuda no caminho formativo e de maneira especial o animador vocacional. Agradeceu também aos professores e todos que acompanham pelas redes sociais.

Continuou dizendo que tinha uma enorme lista de gratidão. “Mas parafraseando o canto Querência amada que diz “meu coração é pequeno porque Deus me fez assim, mas o rio grande é bem maior porque cabe dentro de mim”, digo que meu coração é pequeno, mas dentro dele cabem todos vocês que contribuíram com a minha formação humana, com meu crescimento como pessoa, frei, e padre. Se eu sou o que sou, é porque sou fruto da confiança, da oração e da força de cada um de vocês. Gratidão. Meus queridos e queridas, toda a minha caminhada é resumida nessa frase de Santo Agostinho: “Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos”.

 Ao concluir afirmou que teria muita coisa pra dizer, mas queria agradecer a todas as pessoas, pois, todas eram seus amores, assim os costuma chamar. Não podia fazer diferença, porque todos são importantes. Agradeceu a equipe de liturgia e os envolvidos com esse momento. “Sinto-me grato e o meio do povo é a minha fraternidade, por isso vou cultivar a alegria de servir sempre como padre. Vocês estão no meu coração, amo todos vocês, paz e bem”!

A primeira Missa acontecerá dia 24 de dezembro do ano corrente, às 19h na Paróquia São Judas (Rua Juarez Távora, número 171, bairro Partenon em Porto Alegre/RS).

Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB

Por Frei Vandrigo Zacchi (Equipe de Assessoria de Mídias - Capuchinhos RS)

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