Necrologia

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FREI IVO DE CAPINZAL (Severino Bonamigo)

07/04/1930
08/11/2018

Nasceu em Ouro, aos 07.04.1930. É filho do casal Guerino Bonamigo  e Luíza Lanhi Bonamigo, naturais do Rio Grande do Sul. Seu nome de batismo é Severino Bonamigo. Quando seu pai faleceu (devido a uma injeção errada) o menino Severino contava 6 anos de idade.

 Entrou no Seminário de Barra Fria (hoje Lacerdópolis-SC) aos 03.03.1943. A seguir foi para o seminário de Butiatuba. Recebeu o hábito capuchinho aos 15.01.1949, em Butiatuba com o nome de Frei Ivo de Capinzal. Emitiu os votos temporários aos 16.01.1950. Depois, veio a Curitiba, Mercês onde estudou Filosofia e Teologia. Emitiu os votos perpétuos aos 02.02.1953, nas Mercês. Recebeu o diaconato aos 04.12.1955. Foi ordenado sacerdote aos 26.05.1956, na catedral de Curitiba. Em 2016 celebrou os 60 anos de Vida Sacerdotal.

Logo após a ordenação foi para Ponta Grossa: Imaculada Conceição, onde ajudava na pastoral e recebia aulas de pastoral de Fr. Clemente. Em outubro de 1956 passou nos exames finais e recebeu jurisdição para pregar e confessar. Siqueira Campos: outubro de 1956 a junho de1957; Venceslau Braz: junho de 1957 a fevereiro de 1958; Missionário Popular: fevereiro de 1958 a dezembro de 1963; Reserva: janeiro de 1964 a 1974;maio 1975 a junho de 1980 janeiro de 1991 a setembro de 1995;  Dois Vizinhos: jan.1974 a maio 1975; Ponta Grossa, Bom Jesus: junho de 1980 a dezembro de 1981; Rio Branco do Sul: dezembro de 1981 a abril de 1990; Curitiba, Mercês: setembro de 95 a maio de 1997; Curitiba, Santuário São Leopoldo: maio de 1997 a fevereiro de 2008; Curitiba, Mercês: desde fevereiro de 2008 a 2018.

Nestes lugares Frei Ivo exerceu o serviço sacerdotal como vigário paroquial, pároco (durante muitos anos), Missionário Popular e ultimanente, como confessor.

Escritor: Na igreja das Mercês atendeu confissões, escreveu, usando lupa. Gostava de fazer poesias. Compôs inúmeras. E também escreveu livros. Publidou 5: 1. Diversidade; 2. Homenagens (2006); 3. Convivência (2011); 4. Armário (2014); 5. Louvai ao Senhor (2015).

Frei Ivo foi exemplo de fidelidade a Deus na sua vocação religiosa e sacerdotal. Homem de oração, devoção filial a Nossa Senhora. Sempre disponível para o serviço sacerdotal, como também os serviços fraternos. Com o avançar da idade vieram as dificuldades, especialmente da visão. Ao invés de se lamentar, dava importância especial às coisas positivas da vida. Gostava de contar fatos e fazer biografias em poesias. Era muito alegre e realizado na vocação religiosa e sacerdotal. 

Antes de ser internado no Hospital N. Sra. das Graças escreveu este bilhete: “Daqui a pouco posso estar na porta do céu. O que importa é fazer bem o ato presente. Estou certo de que vou deixar esta vida terrena. Diante de Deus espero estar bem contente”.

Faleceu no Hospital N. Sra. das Graças, onde estava internado desde o dia 30 de setembro de 2018, às 14h15 do dia 08.11.2018, durante o segundo dia do Encontrão Jubilar da nossa Província. Contava 88 anos de idade, 68 de Vida Religiosa e 62 de Vida Sacerdotal.

Está sepultado em Butiatuba

Frei Jerônimo Bontorin

13/04/1926
12/11/1999

13.04.1926 - Colombo/Paraná
12.11.1999 - Curitiba/Paraná

Frei Jerônimo Bontorin nasceu aos 13.04.1926 em Morro Grande, Colombo, filho de Gregório Bontorin e Ermelina Poli. Recebeu o batismo (25.04.1926) na paróquia de Nossa Senhora. do Rosário em Colombo, e foi crismado (27.07.1927), em Colombo, por Dom João Francisco Braga. Na mesma matriz de Colombo, fez sua primeira eucaristia (19.03.1935) com o passionista padre Alberto.

Entrou no seminário de Butiatuba aos 30.03.1941, quando Frei Santes Zuccher era diretor. Iniciou o noviciado aos 24.12.1945, na mesma casa de Butiatuba, sendo seu mestre Frei Gaspar Zonta de Fellette. Professou temporariamente aos 29.12.1946, nas mãos de Frei Henrique de Treviso.

Durante seus estudos de filosofia e teologia no convento Nossa Senhora das Mercês, em Curitiba, emitiu sua profissão perpétua (18.02.1950), recebeu todas as Ordens menores na Igreja das Mercês e na Catedral metropolitana. O arcebispo de Curitiba, Dom Manuel da Silveira d'Elboux, conferiu-lhe o diaconato (22.09.1952) e o sacerdócio em nossa igreja das Mercês aos 21.12.1952. Celebrou sua primeira missa solene aos 28.12.1952 em Campina dos Pintos, Paraná.

No campo do apostolado trabalhou em muitos lugares: Uraí (1954-1958; 1960-1962), Siqueira Campos (1958-1960; 1966), Bandeirantes (1962-1963), Engenheiro Gutierrez (1964), Florianópolis (1964-1965), Curitiba (1966, 1973-1974, 1989, 1998-1999), Ponta Grossa (1967), Céu Azul (1968-1969), Umuarama (1970), Santo Antônio da Platina (1971, 1986), Londrina (1971-1973), São Domingos (1975), Rio Brando do Sul (1976-1978, 1981), Campo Magro (1979), Tomazina (1980-1981), Jataizinho (1994-1998).

Trabalhou na formação com os noviços como vice-mestre em Siqueira Campos e, em Engenheiro Gutierrez, por breve tempo como diretor dos irmãos leigos. Desempenhou também os cargos de superior, vice-superior e ecônomo local em algumas fraternidades.

Pregou muitas novenas e diversos retiros. Em Santo Antônio da Platina assumiu dois programas pela rádio local. Em Uraí, Paraná, construiu seis capelas rurais e concluiu a igreja matriz. Em Céu Azul, Paraná, edificou mais três capelas rurais.

Nos dois últimos anos, que os viveu no convento de Nossa Senhora das Mercês em Curitiba, Frei Jerônimo definhava aos poucos e até pedia para não ter trabalhos fora. Mas continuava dando bênçãos e fazendo exéquias. Levantava muito cedo e passava horas rezando na pequena capela do convento. Gostava de ler os documentos da Igreja e apreciava conhecer as atividades da Igreja.

Aos 10.11.1999, pela uma hora da madrugada, Frei Jerônimo saiu de seu quarto com um corte na testa, resultado de uma queda que tivera em sua cela. Atendido pelos freis Francisco Miguel da Silva e Cácio Roberto Petekov, foi levado ao hospital. A médica prestou-lhe os primeiros socorros, mas por causa do corte na testa, chamou um cirurgião plástico, que lhe aplicou 24 pontos no corte. A médica plantonista encaminhou Frei Jerônimo para a UTI a fim de fazer exames dos sinais vitais.

Nesses exames constataram um enfarte da coronária direita e um coágulo no coração que, naturalmente, agravou a situação clínica.

No entanto, durante todo o dia 10 de novembro, Frei Jerônimo permaneceu consciente. Frei Pascoal Benedetti, superior do convento das Mercês e o pároco da paróquia de Nossa Senhora Aparecida administraram-lhe a Unção dos Enfermos.

À meia-noite de 11 de novembro, Frei Jerônimo entrou em estado de coma. Os médicos do hospital telefonaram ao convento das Mercês pedindo autorização para fazer uma craniotomia, porque uma hemorragia cerebral provocou dois coágulos no cérebro. O Ministro provincial, Frei João Daniel Lovato, consentiu na cirurgia.

Desde esse momento, Frei Jerônimo permaneceu em coma profundo até o seu falecimento às 13h de 12.11.1999, no hospital São Vicente. às 19h do mesmo dia, o corpo de Frei Jerônimo Bontorin era trazido em nossa igreja Nossa Senhora das Mercês onde foi celebrada a primeira missa com a presença de todos os freis do convento das Mercês (onde ele vivia), da paróquia das Mercês e, da Cúria provincial, o Vigário provincial (Frei Davi Nogueira Barboza) e o segundo Definidor provincial (Frei Pedro Cesário Palma). às 9h, houve mais uma missa de corpo presente na igreja das Mercês, presidida por Frei Messias Vicente Rodrigues.

Seu corpo seguiu para Butiatuba, onde continuou a vigília de orações na capela de nosso cemitério. A missa exequial foi celebrada na frente da capela de nosso cemitério, presidida pelo Ministro provincial, Frei João Daniel Lovato, e concelebrada pelo Vigário provincial e outros freis presentes.

Alguns de seus parentes e familiares manifestaram que Frei Jerônimo foi um verdadeiro pai para eles, dando-lhes coragem e sempre convidando-os a permanecerem unidos. Nas visitas familiares, tornava-se um apóstolo das crianças, tentando transmitir-lhes sempre algumas mensagens evangélicas. Através dele, seus familiares aprenderam ser irmãos dos freis capuchinhos. Um deles, convidado pelo frei, permaneceu pouco no seminário, mas agora atua como catequista em sua paróquia.

Acentuou-se seu amor por duas grandes virtudes capuchinhas que ele procurou viver: a simplicidade e a pobreza. Amava pobreza e a simplicidade. Era austero consigo mesmo e exigente também com os outros. Era um religioso de assídua oração, de amor à Eucaristia. Devoto da Virgem Maria e dedicado à meditação da Palavra de Deus. Amava e respeitava muito a Igreja e a Hierarquia eclesiástica. Era um religioso de fé comprovada e serena. às vezes, enquanto escrevia os batizados nos livros registros, dizia, com fé, que todas as crianças que tinha batizado um dia estariam no céu. Sempre incentivava seus interlocutores à coragem e à fé.

Frei Jernimo amava a vida religiosa e sacerdotal. Demonstrava espírito de minoridade em servir e atender as pessoas e também disponibilidade quando os superiores precisavam dele.

Após o belo e sugestivo canto do Trânsito de São Francisco, foi levado à sepultura. 

Frei Tomás Durisotti de Moruzzo

23/02/1891
16/11/1975

23.02.1891 - Moruzzo/Itália
16.11.1975 - Ponta Grossa/Paraná

Em Moruzzo, aldeia italiana da região do Friuli, nasceu aos 23 de fevereiro de 1891 frei Tomás. Freqüentou o seminário capuchinho de Verona (15.09.1902) e iniciou o noviciado (17.07.1906) em Bassano del Grappa, onde emitiu sua profissão temporária (18.07.1907) nas mãos de frei Teodoro de Codróipo. Após os estudos de filosofia e teologia, foi ordenado sacerdote (29.05.1915) na basílica do Santíssimo Redentor, em Veneza, por Dom Nicolau Marconi.

Participou na primeira Grande Guerra Mundial, recebendo, aos 2 de junho de 1971,condecorações do governo italiano e o título de Cavalliere di Vittorio Veneto na Sociedade Cultural Italiana Dante Alighieri, em Curitiba.

Frei Tomás fez parte do segundo grupo missionário com destino às terras paranaenses. Passados sete meses da chegada dos primeiros capuchinhos, frei Tomás, com mais outros sete religiosos, embarcou (12.08.1920) no navio Vittorio Emanuele do porto de Gênova rumo à Missão do Paraná. Após o desembarque em Santos, São Paulo (31.08.1920), seguiu para Jaguariaíva, onde chegou aos 09 de setembro de 1920.

No mesmo mês de sua chegada, frei Tomás foi transferido para Cerro Azul (1920), onde onde chegou depois de três dias de viagem, partindo de Jaguariaíva. Antes dele, de 1873 a 1920, tinham passado 14 sacerdotes, mas ele permaneceu mais que todos nesse local. Somando os dois períodos (1920-1930 e 1932-1941) evangelizou mais de vinte anos em Cerro Azul. Tornou-se conhecido e amado em toda parte. Renovou e embelezou a igreja matriz. Construiu o hospital de Cerro Azul. Afervorou as associações religiosas e visitava umas 30 capelas. Todos admiravam sua coragem nas viagens e atividades.

Passou um ano em Jaguariaíva e São José da Boa Vista (1931) e depois retornou para Cerro Azul (1932), lá vivendo até 1941. Depois de ter passado seis meses em Capinzal (1942), foi para Jaguariaíva (1942) e lá permaneceu até 1952. Foi o período difícil da Segunda Guerra Mundial, quando também foi acusado de quinta coluna, mas com sua presença de espírito, humorismo e simpatia entre o povo, superou triunfalmente toda acusação.

Depois de ter vivido um ano (1953) em Ponta Grossa (Imaculada Conceição), assumiu a difícil paróquia de Reserva (1954-1962). Embora sua saúde não fosse a mesma dos anos passados, dedicou-se com afinco ao bem de seus novos paroquianos. Sua caridade e protidão em atender, seu proverbial humorismo e sua dedicação conquistaram a simpatia e a veneração dos fiéis. A partir de 1963, residiu sempre na fraternidade Imaculada Conceição, em Ponta Grossa, até seu falecimento (1975).

Caráter como o de Friuli, firme como um rochedo, dinmico como um possante motor, consumiu todas as suas energias, seu entusiasmo, seu ardor apostólico por mais de meio século: passou 29 anos na sua pátria e 55 anos em terras brasileiras. Deu o melhor de si nas paróquias de Cerro Azul, Jaguariaíva, Capinzal, Reserva e Ponta Grossa (Imaculada).

O povo admirava nele um autêntico capuchinho, humilde e pobre, alegre e cordial. Profundo observador, logo intuiu que o queriam como um deles. E soube adaptar-se à psicologia, ao gosto e ao modo de viver do povo. Parecia que tivesse nascido e sempre vivido em terras brasileiras. Falava o português com as mesmas flexões e expressões da sua gente, cantava as canções com a mesma cadncia e modulações. Vivia, viajava, cavalgava, gesticulava conforme o costume de cada lugar. Seu aspecto físico, mais rude que suave, o tornava mais semelhante a todos. Não obstante seu espírito de adaptação, sobressaía nele algo de superior: a delicadeza de sua dignidade religiosa e sacerdotal. Inspirava respeito e veneração. Ardia sobretudo nele a caridade. Aceitava privações e sacrifícios .

Sempre pronto às necessidades alheias, atendia todos os chamados de dia e de noite. Chegou ao ponto de sentir alegria em permanecer em lugares difíceis ou pela solidão, ou pela dificuldade de viagens longas.

Depois de ter percorrido os Estados do Paraná e Santa Catarina, aceitou com serenidade de espírito e completa adesão à vontade divina, a imobilidade dos ltimos anos. Ele mesmo pediu a Unção dos enfermos (15.10.1975). Resistia à idéia de internar-se no hospital Bom Jesus, em Ponta Grossa. Somente aceitou esta proposta aos 8 de novembro, onde foi fraternalmente assistido pelas religiosas, enfermeiros/as e freis, mas especialmente por frei Admir Matos de Souza.

Nas tranqüilas conversas saía com expresses poéticas que demonstravam toda sua alegria, o amor para com os confrades e o entusiasmo pelo Brasil jovem, sua pátria adotiva. Seu espírito juvenil, seu equilibrado otimismo suscitavam admiração e demonstravam que tinha uma alma franciscana, que consagrara seus 80 anos glória de Deus para o advento do Reino.

Preparado, sereno, esperava a irmã morte. Veio busclo no dia 16 de novembro de 1975. Era um Domingo. No dia seguinte, solene missa exequial na Igreja Imaculada Conceição em Ponta Grossa, com a presença de muitos freis, sacerdotes e fiéis. Em seguida, seus restos mortais foram transportados para Butiatuba, onde novamente se reuniram numerosos freis e amigos do falecido. Com o canto "com minha Mãe estarei" foi sepultado em Butiatuba.

Frei Jaime Luiz Stolf

19/06/1942
28/11/1974

19.06.1942 - Salete/Santa Catarina
28.11.1974 - Rebouças/Paraná

Nasceu aos 19 de junho de 1942, em São Luís, município de Salete, Santa Catarina, diocese de Rio do Sul. Desde pequeno resolveu ser padre. Com 10 anos entrou no seminário, cursando o quarto ano primário. Aos 10 de fevereiro de 1960, concluído o curso ginasial, iniciou o noviciado em Siqueira Campos, tendo como mestre Frei Barnabé Ivo Tenani. Assumiu com muita calma e serenidade a experiência. Com generosidade fez a profissão temporária aos 11 de fevereiro de 1961. Nos estudos de filosofia e teologia seu espírito se aprimorava e crescia vivendo com muito empenho sua consagração.

Além de seu empenho no estudo e dedicação na oração, gostava muito de esporte. Vibrava com um joguinho de futebol, liderava os companheiros para um passeio ou qualquer lazer.

Vencido o tempo dos votos temporários consagrou-se para sempre ao serviço do Senhor em Curitiba, aos 15 de fevereiro de 1964. Preparado e feliz, recebeu a ordenação sacerdotal pelas mãos de Dom Manuel da Silveira D'Elboux, Arcebispo de Curitiba, em nossa igreja de Nossa Senhora das Mercês.

Iniciou sua vida pastoral visitando e evangelizando as comunidades das capelas de Reserva (1967) e da paroquia de Rio Branco do Sul (1968-1969). Pelos seus dotes, foi enviado à paróquia de Irati (1970-1973). Assumiu a coordenação da catequese e a orientação dos jovens. O interesse e visão ampla da catequese, procurando torná-la atual e eficiente, manifestavase no esforço em formar as catequistas, oferecendo-lhes o que havia de melhor como: cursos em outros centros e paróquias, material especializado, contato e troca de experiências com outras comunidades. Deixou excelente trabalho de catequese, não concluído, porque a morte prematura não Iho permitiu.

Com os jovens fez um trabalho admirável. Era um jovem entre os jovens. Jovem de idade, mas acima de tudo, de espírito e de mentalidade. Sabia fazer-se um deles, por isso agradava e conquistava a todos. Sua presença simples, alegre e comunicativa, sempre foi um dos seus principais recursos apostólicos. Mais do que idéias brilhantes, distinguia-se pela sua simpatia e disponibilidade. Os jovens o admiravam e estimavam muito. Deixou marcas indeléveis e recordações inesquecíveis entre os jovens de Irati.

Gostava de uma caçada ou pescaria. Eram momentos importantes de distração e também boa ocasião para fazer mais amigos. Numa destas ocasiões aconteceu o trágico acidente que Ihe tirou a vida, na madrugada de 28 de novembro de 1974, aos 32 anos de idade com apenas sete anos de sacerdócio. O desastre ocorreu junto à ponte do rio Potinga, nas proximidades de Rebouças, Paraná, quando viajava com os freis Jorge Tessaro e Adelino Frigo e mais dois amigos. O veículo caiu no rio. Quando foi retirado da água, o corpo de Frei Jaime se encontrava inerme e aninhado entre o câmbio e a embreagem do carro.

A luz da fé, uma vida vivida em plenitude, um plano perfeitamente acabado, uma existência coroada, uma caminhada que atingiu sua meta final. Em breve tempo se realizou, foi feliz, deixou um rastro de bons exemplos e ações. A Prefeitura Municapal de Irati homenageou-lhe com um logradouro: Travessa Frei Jaime Stolf.

Foi sepultado no cemitério de Irati. Contudo, por desejo dos pais, aos 11.02.1979 foi transladado para Rodeio 50, Santa Catarina.

Frei Eurico Belmiro Pedro de Mello

22/08/1936
28/11/1990

22.08.1936 - Taió/Santa Catarina
28.11.1990 - Curitiba/Paraná

Frei Eurico (Pedro Belmiro de Mello), nasceu aos 22 de agosto de 1936, em Passo Manso, município de Taió, Santa Catarina. Era filho de Pedro Honorato de Mello e de Rosa Claudino de Mello. Belmiro, o primogênito, crescia como as outras crianças do lugar, quando apareceram por lá uns frades capuchinhos pregando missões. Um dia o missionário pergunta: "Quem de vocês quer ser padre?" Belmiro apresentou-se um tanto receoso de não conseguir a licença do pai, que era dono de uma pequena casa de comércio onde ele, com 14 anos, já prestava bons serviços. O missionário foi conversar com o pai de Belmiro que, na sua surpresa generosamente aceitou confiar-lhe o filho mais velho. No fundo do coração esperava que o seu pequeno Belmiro pudesse fazer seus estudos, voltar para casa e assim ajudar a criar os irmãos. Uns quinze dias após a conversa com o missionário, no ano de 1950, o frade voltou para buscar o menino. Belmiro tinha 14 anos quando disse adeus, dolorido mas decidido, à sua terra natal, onde só voltaria 13 anos depois; adeus aos pais, irmãos, colegas e à sua namoradinha Terezinha, de quem custou muito se esquecer.

Ingressou no seminário menor dos Frades Capuchinhos, em Barra Fria, e depois em Engenheiro Gutierrez, onde cursou o ginásio e clássico. Em 1956 fez o noviciado, também em Barra Fria, tendo por mestre Frei Barnabé Ivo Tenani. Um dia seu pai apareceu no seminário. Queria ver se o filho estaria disposto a desistir de ser padre e vir ajudá-lo em casa. Mas o moço estava tão entusiasmado com a carreira que abraçara que o pai não Ihe disse nada e voltou sozinho para casa.

Aos 25 de março de 1957 emitiu os votos temporários em Barra Fria, Santa Catarina, onde fez o noviciado. Seu fervor era tal que seus mestres algumas vezes tiveram que interferir para moderá-lo. Aos 25 de março de 1960 fez a profissão perpétua, na igreja das Mercês. De 1957 a 1963, cursou Filosofia e Teologia no convento das Mercês e, aos 28 de julho de 1963, foi ordenado sacerdote pelas mãos de Dom Manuel da Silveira D'Elboux, na igreja das Mercês. Ainda neste ano foi enviado a Roma para aprimorar seus estudos.

Em 1965 licenciou-se em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Enquanto se especializava em Filosofia, freqüentou muitos cursos sobre Teologia da Vida Religiosa, paixão de sua vida. Regressando ao Brasil, em 1966 começou sua carreira como professor de Filosofia e em 1968, assumiu a direção do Instituto de Filosofia da Província, que desempenhou com zelo e competência, até o ano de 1981, vivendo na fraternidade Bom Jesus, em Ponta Grossa. Além de professor, exerceu diversos outros encargos: diretor espiritual dos clérigos, prefeito dos estudos, vigário conventual, diretor dos clérigos, membro da Secretaria de Formação, mestre de noviços, vigário paroquial.

Pregou muitos retiros espirituais aos frades, às religiosas no Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Lecionou em diversos institutos em Ponta Grossa e Curitiba. Organizou o curso de teologia espiritual para os não clérigos e religiosas em Ponta Grossa e muitas outras atividades neste setor.

Dotado de incomum inteligência e brilhante carisma, sempre se destacou como renomado professor. Em 1967 foi encarregado de fundar e dirigir a JUFRA, tarefa que desempenhou até 1980, percorrendo o Brasil de norte a sul, organizando encontros e congressos com os jovens franciscanos daquela época. Organizou o Centro Nacional da JUFRA e coordenou o primeiro Congresso Nacional.

Em 1969, aos 33 anos de idade, cria uma forma de vida totalmente consagrada ao mundo - a SEARA - Instituto Secular de Vida Consagrada - , que seria daí por diante o tormento e a paixão de sua vida. Dedicou-se de corpo e alma, nos dez últimos anos de sua vida, a este Instituto.

Frei Eurico gostava de escrever. Deixou 22 livros escritos, especialmente ligados à SEARA e à Teologia da Vida religiosa.

No dia 28 de novembro de 1990, faleceu no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, de enfarte do miocárdio e edema agudo pulmonar. A missa de corpo presente, na igreja das Mercês, foi muito solene: estavam presentes o Arcebispo, Dom Pedro Fedalto e mais de 60 padres, dos quais a maioria foram seus ex-alunos, muitos religiosos e religiosas, amigos, ex-seminaristas, que foram também seus alunos, e muitos membros da SEARA, por ele fundada. Logo após, seu corpo, acompanhado por grande cortejo, foi conduzido a Butiatuba, para o sepultamento no cemitério dos Frades.

Aos 8 de dezembro de 1998, a moderadora geral da SEARA, Helena Paludo, pediu ao Definitório provincial a permissão de exumar Frei Eurico e de conservar parte de seus restos mortais no eremitério da Seara. O pedido foi aceito e Frei João Batista Ferreira (Definidor Provincial), acompanhou esta tarefa. A exumação ocorreu aos 30 de dezembro de 1998 com a presença de três frades e vários membros do Instituto. Parte de seus restos mortais permaneceram em nossa capela do cemitério em Butiatuba e parte, entregues à SEARA. Estes, aos 31 de dezembro de 1998, foram transladados para o eremitério Santa Clara e, com a presença de cinco frades e muitos membros do Instituto, depositados em uma urna ao lado do altar da capela. Frei João Daniel Lovato, assistente espiritual da SEARA, presidiu toda a cerimônia religiosa.

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