Necrologia

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Frei Paulo Hilarino Zandi

25/01/1934
12/05/1995

25.01.1934 - Cândido Motta/São Paulo
12.05.1995 - Guaratuba/Paraná

Frei Paulo Zandi (Hilarino de Cândido Motta) nasceu aos 25 de janeiro de 1934. Recebeu este nome em homenagem ao seu padroeiro, São Paulo Paulo Apóstolo. Era filho de Raul Zani e Maria Battistela.

Entrou para o seminário dos Freis Capuchinhos aos 13 de fevereiro de 1959, em Engenheiro Gutierrez, Paraná, tendo como diretor Frei Cristóvão Saretta de Capinzal. Recebeu o hábito capuchinho aos 14 de agosto de 1960 em Siqueira Campos, Paraná, tendo como mestre Frei Barnabé Ivo Tenani. Emitiu os votos temporários aos 15 de agosto de 1961 no mesmo lugar, e os perpétuos aos 23 de agosto de 1964, em Bandeirantes, Paraná, nas mãos de Frei Doroteu Coltri de Pádua.

Frei Paulo, como franciscano capuchinho, optou pela vida religiosa. Era um frei simples, fraterno, serviçal, popular, orante e amigo do povo.

Ao longo de seus trinta e três anos de vida consagrada atuou como cozinheiro, viticultor, esmoler, sacristão, catequista e agente de pastoral. Trabalhou no Seminário Santa Maria (1961-1964), Butiatuba (1965-1966; 1968; 1972), Siqueira Campos (1967), Ponta Grossa (no convento Bom Jesus; 1969-1971; 1974-1980), Curitiba (nas Mercês, 1994)), Laurentino (1990) e Itapoá(1994-1996), onde foi superior local e responsável pela Casa de Praia da Província.

Como esmoler da Província, Frei Paulo passava muitos meses fora de sua residência, a mandato dos superiores. Em toda a parte, ajudava as paróquias como agente de pastoral.

Ultimamente andava muito doente e se tratava no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, PR, residindo alternadamente, ora em Itapoá ora no convento das Mercês. No dia 12 de maio de 1995, estando em Itapoá, Santa Catarina, seu quadro de saúde agravou-se. Foi levado às pressas para a Santa Casa de Misericórdia de Guaratuba, vindo aí falecer, neste mesmo dia, às 19h25.

Frei Paulo Zandi foi velado na capela do convento de Butiatuba, Paraná, onde o Ministro provincial, Frei Atílio Galvan, presidiu a missa de corpo presente, s 16h do dia 13 de maio, com a participação de grande número de freis e também os familiares de Frei Paulo que conseguiram chegar a tempo para o funeral.

Aos 29.05.1996, através da lei 132/96, a Prefeitura de Itapoá homenageou-lhe dando o seu nome a uma das ruas daquela cidade: Rua Frei Paulo Zandi.

Seus restos mortais repousam no cemitério dos capuchinhos, em Butiatuba, Paraná.

Frei José Colorindo Dal Pozzo

01/01/1924
17/05/2013

* 01.01.1924 – Sananduva/RS

† 17.05.2013 – Butiatuba/PR

Primeiros anos - Frei José nasceu em Sananduva-RS a 01.01.1924, filho de Paulo Dal Pozzo e de Adelina Frank. Na igreja São João Batista daquela cidade foi batizado por Frei Lourenço de Vacaria aos 25.02.1024. Com os pais mudou para Coração-SC, na Diocese de Lages, onde foi crismado pelo bispo Dom frei Daniel Hostin, OFM, em 1935. Recebeu a primeira comunhão em Irani-SC, em 1935.

Seminário e noviciado - Terminados os estudos primários, aos 30.04.1939, ingressou em nosso Seminário Santo Antônio, em Butiatuba, município de Almirante Tamandaré-PR, onde cursou o ginásio, tendo como diretores Frei Damião Girardi, Frei Santes de Povigliano e Frei Gaspar de Fellette.

Na fraternidade de Butiatuba iniciou o ano de noviciado aos 24.12.1943, recebendo o nome de Frei José de Sananduva. Seu mestre foi Frei Henrique de Treviso e o superior dos capuchinhos era Frei Barnabé Ivo Tenani. No dia de Natal de 1944, emitiu sua primeira profissão nas mãos do superior da Custódia, Frei Barnabé.

Estudos - Frei José cursou filosofia e teologia no convento Nossa Senhora das Mercês, em Curitiba-PR, de 1945 a 1951, tendo como diretores Frei Patrício Kódermaz, Frei Guilherme de Magredis e Frei Lúcio de Ásolo.

Ordens menores e maiores - Durante seus estudos, Frei José recebeu as Ordens Menores (Leitorado, 14.11.1948; Acolitado, 06.02.1949) por Dom Ático Eusébio da Rocha, arcebispo de Curitiba; o Diaconato aos 03.09.1950 por Dom frei Inácio Dal Monte, Capuchinho, bispo auxiliar de Joinville, na igreja Imaculado Coração de Maria, em Curitiba-PR e o presbiterado aos 22.10.1950 em Curitiba, na igreja Nossa Senhora das Mercês, por Dom Pio de Freitas, bispo de Joinville-SC. Rezou sua primeira missa solene a 1.1.1951, em Serro Agudo-SC, Diocese de Lages.

Ministério pastoral - Desempenhou seu ministério religioso e sacerdotal nos seguintes lugares: Barra Fria, atual Lacerdópolis-SC (1952), Santo Antônio da Platina-PR (1953- 1955); Ponta Grossa (1955-1974), Brasília (1974-1987), Curi­tiba, Mercês (1987- 1996); Cruzeiro do Oeste-PR (1996- 2006), Curitiba, Mer­cês (2007 até o faleci­mento (+17.5.2013).

Nesses lugares tra­balhou como professor, vigário paro­quial, missionário popular, capelão mili­tar, capelão do Hos­pital Nossa Senhora das Gra­ças em Curitiba e con­fessor na igreja Nossa Senhora das Mercês.

Capelania militar- Segundo documento do Ministério do Exército, assinado aos 13 de outubro de 1988 e registrado no livro de registro de apostilas, n° 279, folha 293, nosso frei José Dal Pozzo trabalhou 36 anos e 16 dias na função de capelão do Exército. No decorrer destes anos, foram várias as apreciações de seus superiores militares que valorizaram seu ministério pastoral junto aos soldados e demais repartições do Exército.

Inicialmente, frei José, como capelão militar, viajou toda a região de Ponta Grossa até Foz do Iguaçu-PR, visitando grupos de militares. Viajava de jipe e em pequenos e perigosos aviões. Foi uma vida muito sacrificada e elogiada pelos seus superiores militares.

Nos boletins das repartições militares publicaram muitos elogios sobre qualidades espirituais e sacerdotais de nosso frei José. Aqui, apenas algumas:

- "Bondade... Sacerdote virtuosíssimo, de irradiante simpatia, tornou-se um verdadeiro amigo de todos os Comandantes e comandados...

-     Religioso dos mais humildes, presta inestimável serviço... credor de francos elogios...

-                    Realiza viagens cansativas, sem medir sacrifícios para levar às Guarnições longínquas o bem-estar espiritual e moral, ... a ajuda leal, franca, honesta e patriótica cooperação prestada...

-                    Militar eficiente no desempenho de suas funções... colaboração espontânea e eficiente... auxiliar dedicado, eficiente e primoroso... piedoso, compreensivo e paciente... auxiliar prestimoso, eficiente e de extrema dedicação...

-                    Profícua e laboriosa assistência religiosa às Unidades da Guarnição... profundamente devotado ao sacerdócio, excelente colaborador...

-     Prestou assistência religiosa aos militares das Guarnições, prestou assistência religiosa aos militares das Guarnições de Foz do Iguaçu, Guaíra, Francisco Beltrão, Palmas, Guarapuava, Castro, Apucarana, Ponta Grossa e Porto União...

-Ação grandiosa na formação moral dos nossos Sol­dados... todas as Guarnições do Estado do Paraná, habi­tuaram-se com a presença daquele jovem entusias­mado, convicto e bondoso que, nas suas visitas, trazia palavras de conforto e apoio...

-     Sua palavra confortadora, sua bondade, sua humildade, conquistaram a amizade e admiração de todos. Solícito, educado, paciente e extremamente atencioso, deixou no CMP marcas profundas do seu trabalho...

-Todos aqueles que necessitavam de algum tipo de apoio, batiam a sua porta sabendo que poderiam encontrar ali uma palavra amiga... sentiremos saudades do amigo, companheiro e confidente frei José.

Reconhecimentos

-     Entronizou um crucifixo exposto no Gabinete do Comandante da Infantaria Divisionária/5;

-     Recebeu estas medalhas: Medalha de Bronze (14.01.1972), Medalha de Prata (17.07.1978), Medalha de Pacificador (20.08.1980), Medalha de Ouro (23.08.1985).

-     O Presidente da República promoveu, aos 10 de novembro de 1972, POR MERECIMENTO ao posto de Tenente-Coronel, o major Colorindo Antônio Dal Pozzo.

Falecimento e enterro - Frei José estava rela­tivamente bem, não obstante sua longa idade. Começou a sentir algumas indisposições e foi levado ao Hospital Nossa Senhora das Graças. Mas antes, pediu a presença de seus familiares, que logo chegaram às Mercês. Após 37 dias de internamento no Hospital Nossa Senhora das Graças, Curitiba-PR, Frei José faleceu na UTI do mesmo hospital a zero hora do dia 17 de maio de 2013. Seu corpo foi velado na capela do convento em Butiatuba com a presença dos parentes, principalmente, os de Guarapuava-PR. Representantes de nossas fraternidades mais perto também vieram e todos os noviços de Joinville-SC. Às 16h do mesmo dia 17.05.2013, iniciou- se a missa exequial, presidida pelo Ministro Provincial (Frei Cláudio Sérgio de Abreu), ladeado por diversos freis sacerdotes. Após a homilia o presidente da celebração abriu espaço para testemunhos dos presentes, tanto freis como leigos e familiares. Foram lembrados fatos da vida de Frei José, maneiras de ser e de comportamento fraterno, exemplos de vida. Os familiares agradeceram a hospedagem recebida e elogiaram as atenções que os freis dispensaram a Frei José. Terminada a missa e após a encomendação, presidida pelo Ministro Provincial, iniciou-se a procissão da capela até o cemitério. Após as orações rituais, o corpo de Frei José Colorindo Dal Pozzo desceu ao túmulo, ao som do belo e nostálgico canto mariano “Com minha Mãe estarei...”.

Contava 89 anos de idade, 68 de vida religiosa e 62 de sacerdócio.

Frei Timóteo de Castelnuovo

05/02/1823
18/05/1895

05.02.1823 - Castelnuovo Magra/Itália
18.05.1895 - São Pedro de Alcântara/Paraná

Durante o segundo império, na Província do Paraná, trabalhou o missionário catequizador de índios o capuchinho Frei Timóteo de Castelnuovo Magra, pioneiro do Alto Tibagi. Ali trabalhou por 40 anos, construindo três importantes aldeamentos e levando a fé a vários grupos de índios coroados, guaranis e caiuás.

Frei Timóteo (Domenico Antonio Luciani), filho de Luiz Luciani e Caterina Bedini, nasceu aos 5 de fevereiro de 1823 em Castelnuovo Magra (Província e diocese de La Spezia). Foi admitido no convento São Barnabé, em Sarzana, na Província de Gênova, aos 7 de fevereiro de 1841 e, no mesmo mês dia 13, nesta fraternidade, iniciou o noviciado. O mestre era Frei Cistóvão de Gameragna, o celebrante Frei Caetano Pizzardo de Savona e o provincial era Frei Cristóvão de Gameragna. Professou aos 13.02.1842. Foi ordenado sacerdote aos 18 de janeiro de 1846.

Foi enviado como missionário ao Brasil pela Propaganda Fidei, recebendo a obediência aos 12 de setembro de 1850. Embarcou em Gênova aos 31 de outubro de 1850. Chegou ao Rio de Janeiro aos 16 de janeiro de 1851. Neste tempo, a Capital do Império era sacudida por um surto de febre amarela. É desta forma que Frei Timóteo foi assistir aos doentes desta epidemia no lazareto de Santa Isabel de 26 de março a 30 de junho de 1852. Aos 22 de agosto de 1852 foi para São Paulo, por insistência do bispo Dom Antônio Joaquim de Mello. Tendo conhecimento dos dotes sacerdotais do frade, pediu-o para ajudá-lo na sua diocese, nomeando-o pároco de Santa Bárbara e Monte Mor (então chamada Água Choca) aos 12 de setembro de 1852, encargo que desempenhou até outubro de 1854.

Frei Timóteo chegou no Paraná (Jataí) aos 25 de outubro de 1854 em companhia de Frei Matias de Gênova. Jataí era uma recém fundada colônia-militar. Este núcleo surgiu por iniciativa do Barão de Antonina, João da Silva Machado o qual, como ilustre político paranaense, pretendia facilitar a navegação fluvial entre as províncias do Paraná e Mato Grosso, bem como explorar para a agricultura as ricas terras do norte do Paraná. Por autorização do Imperador fôra aí estabelecida em 1854 uma colônia militar, a qual serviria de base para transporte de tropas e meios bélicos ao Mato Grosso para guarnecer a fronteira contra um possível ataque do Paraguai. Era meta precisa do Barão de Antonina fundar aí um aldeamento-catequese, o qual seria dirigido pelos capuchinhos, como já era o de São João de Ituporanga, Província de São Paulo.

Quando os dois capuchinhos chegaram a Jataí, já existia um grupo de índios recolhidos das selvas por ordem do Barão. Desta forma, Frei Timóteo passou a se dedicar imediatamente à catequese dos índios, enquanto Frei Matias foi encarregado, como capelão, da assistência à população branca da colônia até ser nomeado para dirigir outro aldeamento. Quanto ao aldeamento de São Pedro de Alcântara, é o próprio Frei Timóteo quem relata os passos dados para a sua formação:

«No mesmo ano, aos 25 de março de 1855, eu, Frei Timóteo de Castelnuovo, missionário apostólico capuchinho, escolhi este lugar, para fundar o supradito aldeamento conforme as instruções recebidas do Ex.mo. senhor Senador Barão de Antonina, por quem fôra eu oficialmente encarregado no dia 3 do mesmo mês. Aos 27 de março, dei início aos trabalhos, desmatando a selva junto com o administrador Joaquim Francisco Lopes. Para tal fim me foram entregues 12 escravos, sendo que também colaboraram os índios que, naquele tempo, entre adultos e crianças somavam a quantia de 111» (Frei Emílio Botter, Apostoli e Pioneri, p. 87-88).

Aos 2 de agosto daquele ano de 1855, procedia Frei Timóteo a inauguração solene do Aldeamento São Pedro de Alcântara, fazendo transportar da Colônia Militar de Jataí para a improvisada capela daquele Aldeamento, processionalmente e por entre salvas, a imagem de Nossa Senhora dos Anjos, padroeira do lugar».

Segundo relatórios do tempo (1858), a colônia progredia pela dedicação de Frei Timóteo. Além da catequese, havia plantações de canaviais, mandioca, com 22 alqueires de milho, 4 de feijão e 5 de arroz, e preparado um pasto gramado. Continua afirmando que a colônia «continua sob a inteligente e benéfica direção do missionário Frei Timóteo de Castelnuovo, com 300 índios e 11 casas cobertas com telhas, incluída a destinada para o culto, uma ferraria e uma olaria. Os índios e os africanos livres ao serviço da colônia moram em diversos ranchos cobertos de palha.

Em 1876, o aldeamento tinha 1.487 pessoas entre brasileiros, estrangeiros e índios. Em 1893, a população tinha abaixado para 1.315 habitantes, com sensível diminuição dos índios.

Frei Timóteo lutou para a instrução escolar, mas somente em 1861 conseguiu um professor de primeiras letras e noções de música para seu aldeamento. Mas, enfrentou muitas dificuldades seja com os índios, com a seca e a chuva.

Frei Timóteo lutou também com a incompreensão do poder central da Província e do Império. Embora dependesse, como missionário, do Comissário geral do Rio de Janeiro, na prática dependia do governo provincial do Paraná que não cumpria as promessas de enviar os vencimentos, roupas, remédios, ferramentas e objetos de primeira necessidade para o aldeamento.

Frei Timóteo soube superar estas dificuldades e adquiriu grande experiência no trato com os índios e no dirigir os aldeamentos. Com decreto de 4 de outubro de 1865, começaram depender do freis os aldeamentos de São Pedro de Alcântara, Santo Inácio do Paranapanema, São Jerônimo (no Paraná) e os de São Paulo: São João Batista (Ituporanga), Tijuco Preto (Pirajú), Campos Novos do Paranapanema (São José dos Campos). O frei procurou levar avante esta imensa obra com estremado zelo.

Frei Timóteo demonstrou grande amor ao Paraná, que aparece em suas cartas nas quais incentivava a agricultura, o comércio e a abertura de novas estradas.

Em 1889, o Brasil trocava de sistema de governo com a passagem da Monarquia à República, proclamada aos 15 de novembro. Esta separação de Igreja e Estado trouxe conseqüência para os aldeamentos, provocando, por várias causas, a alenta extinção.

Frei Timóteo pressentiu tal extinção no seu aldeamento de São Pedro de Alcântara à medida que se avizinhava sua morte. Aos 10 de março de 1893 escrevia ao Padre geral: «Já sei que, em breve, serei sepultado nas ruínas da minha pobre catequese que, sendo digna de uma sorte melhor, poderia ser uma glória para o Brasil e para a Ordem a que pertenço. No entanto, essa morre por causa dos contrastes premeditados que jamais me foi possível eliminar. Aqui se poderia estabelecer uma aldeia com milhares de indígenas e surgir nos seus arredores belas aldeias. Infelizmente, a falta de meios, as guerras internas e as sucessivas epidemias afugentaram a todos. Chegará ao seu fim, não enquanto eu estiver vivo, mas após estes poucos dias que ainda me restam» (carta de 10.03.1893).

Frei Timóteo morreu aos 18 de maio de 1895, em São Pedro de Alcântara, rodeado pelos seus índios e por outras pessoas amigas, pedindo perdão a todos por alguma ofensa involuntária.

Após sua morte, tanto o aldeamento de São Pedro de Alcântara como o de São Jerônimo viram seu declínio como catequese. Não receberam mais nenhum outro missionário para dirigi-los.

Frei Timóteo foi semeador franciscano e sempre demonstrou dedicação e serviço sem limites aos menores da sociedade. Com obstinação, sem recursos, não desistiu da missão e viveu o Evangelho na vida: «Tudo o que fizestes a um destes pequeninos, a Mim fizestes".

Por tudo o que seu nome e sua presença franciscana e apostólica significa, Frei Timóteo situa-se com destaque na história da Igreja e da colonização do Paraná.

Frei Rafael Proner

02/10/1932
21/05/1971

02.10.1932 - Lacerdópolis/Santa Catarina
21.05.1971 - Bandeirantes/Paraná

Frei Rafael nasceu em Lacerdópolis, Santa Catarina, a 2 de outubro de 1932. Com 11 anos entrou no seminário de Barra Fria (1943). Completado o ginásio em Butiatuba, vestiu o hábito aos 15 de janeiro de 1949 e no ano seguinte fez a profissão temporária, em Butiatuba, onde também funcionava a casa de noviciado. Emitiu os votos perpétuos aos 16 de janeiro de 1954 em nossa Igreja Nossa Senhora das Mercês, em Curitiba, nas mãos de Frei Carlos Aristides Benetti. Terminados os estudos teológicos, recebeu a ordenação sacerdotal aos 22 de setembro de 1956 em nossa igreja Nossa Senhora das Mercês, em Curitiba, das mãos do arcebispo Dom Manuel da Silveira d'Elboux.

Completou o curso de Pastoral em Santo Antônio da Platina (1956). Em seguida, exerceu o cargo de secretário provincial, residindo em Ponta Grossa, na igreja Imaculada Conceição (1957). Por um ano (1958), lecionou no Seminário Santa Maria e colaborou como vice-reitor. Em Santo Antônio da Platina dedicou-se ao trabalho pastoral como vigário paroquial (1958-1960).

Aos 15 de outubro de 1960 partiu para Roma onde, na Pontifícia Universidade Gregoriana, seguiu o curso de História Eclesiástica. Após seu retorno (19.06.1962), residiu em Curitiba lecionando e atendendo a paróquia das Mercês como vigário paroquial (1963-1964).

Por dois anos (1965-1966), integrou-se na equipes dos missionários populares. Prosseguiu suas atividades em Butiatuba (1966-1968) como superior local, reitor do seminário e pároco. Transferido para Bandeirantes (24.03.1966), assumiu como pároco aquela paróquia. Nesse período foi eleito quarto definidor provincial por causa da eleição do Ministro provincial, Frei Agostinho Sartori, como bispo de Palmas.

Após ter participado de um "feedback" em Ponta Grossa, Frei Rafael faleceu tragicamente no km 178 da Rodovia do Café, quando retornava à sua paróquia de Bandeirantes no dia 21 de maio de 1971.

Quando faleceu era pároco de Bandeirantes e 4° Definidor provincial. Como pároco de Bandeirantes desencadeou os movimentos de renovação paroquial sobretudo com os casais, jovens, conquistando a precedência na própria diocese de Jacarezinho, e a admiração carinhosa do Senhor Bispo.

Caráter alegre e expansivo. Homem que soube planejar e cercarse de ótimos colaboradores leigos. Pastor que soube transmitir vida de amor e otimismo a quantos se avizinhassem dele. Sua frase predileta era: «Não digas não ao bem».

A municipalidade quis por o nome de «Frei Rafael» à então Rua Goiás. Descansa ao lado do altar do Santíssimo Sacramento na matriz de Bandeirantes.

Frei Ireneu Giacon de PÁdua

23/10/1899
22/05/1980

23.10.1899 - Pádua/Itália
22.05.1980 - Ponta Grossa/Paraná

Nasceu em Pádua (Itália), aos 23 de outubro de 1899. Entrou no seminário de Verona aos 12 de outubro de 1915. Em Bassano del Grappa iniciou o noviciado (09.02.1916), tendo emitido sua primeira profissão em Villafranca de Verona (24.02.1917) e perpétua aos 8 de dezembro de 1921 no convento de Pádua. Na igreja de Santa Maria Formosa, em Veneza, foi ordenado sacerdote aos 10 de fevereiro de 1924 pelo cardeal patriarca Dom Pedro La Fontaine.

No ano seguinte, com mais seis freis missionários, embarcou para o Brasil (17.09.1925) com o navio Duca d'Aosta. Todo o grupo missionário chegou em Jaguariaíva, então sede da missão, aos 07 de outubro de 1925.

Após dois meses de sua chegada, iniciou seu apostolado em São José da Boa Vista (1925-1927), onde visitava todas as capelas a cavalo. Após esta experiência inicial, foi chamado a Curitiba para ser assistente dos primeiros seminaristas (1927-1930), auxiliar na igreja das Mercês, assistente das associações religiosas e catequistas das crianças..

Em Jaguariaíva labutou como vigário paroquial e pároco (1931-1936), onde não faltaram as dificuldades. Diversos outros lugares viram-se beneficiados com sua presença, quase sempre como pároco: Tomazina (1937-1941; 1949-1954), Curitiba (1942-1943; superior e reitor da igreja das Mercês), Capinzal (1944-1948), Irati (1955-1964), Arapongas (1965-1972), Siqueira Campos (1973-1980), onde faleceu.

Foi um homem de Deus. Embora imerso num intenso apostolado nunca abandonou a oração e o contato com o Senhor e graças e assim, manteve-se fiel aos seus compromissos de consagrado. Foi um homem simples: não perdia um retiro, encontro, congresso, que o mantivesse em forma e atualizado. Amava a Ordem e a Província. Vibrava por nossas coisas; mas não foi escravo de tradições; pelo contrário, primava em participar de tudo o que Ihe oferecesse maior e melhor recurso de comunicação e vitalidade. Nunca envelheceu.

Aos 80 anos, quase impossibilitado de andar, mantinha sua hora radiofônica na emissora Bom Jesus, de Siqueira Campos, transmitida do seu quarto. Sua mensagem era muito apreciada, pois Frei Ireneu conhecia profundamente a alma paranaense.

Era um homem piedoso. Seus contemporâneos foram unânimes em afirmar a sua grande devoção e seu alto grau de piedade franciscana. Tinha abertura para com os avanços atuais e intensa criatividade sobretudo na liturgia que fazia questão de celebrar cercado de muita pompa e apreciável número de coroinhas.

Frei Ireneu Giacon faleceu no Hospital Bom Jesus, em Ponta Grossa, no entardecer do dia 22 de maio de 1980, após oito dias de internamento, quase sem nenhuma agonia. Em sua missa exequial no convento Bom Jesus (Ponta Grossa), além dos frades, povo de Deus e amigos, estiveram presentes três bispos: Dom Geraldo Pellanda (Ponta Grossa), Dom Pedro Fedalto (Curitia), Dom Albano Cavallin (auxiliar de Curitiba).

Sua maneira gostosa de viver permanecerá sempre presente em quantos tiveram o privilégio de o conhecer. Viveu alegre e feliz, plenamente realizado em sua vocação religiosa capuchinha sacerdotal.

Viveu 81 anos, dos quais 64 de vida religiosa e 56 de sacerdócio, e 55 em terras brasileiras. Em todo esse tempo ele se doou totalmente. Amou o povo, os confrades. Foi um dos heróicos pioneiros e fundadores desta Província que hoje se orgulha de suas virtudes e de sua santidade. Descansa na capela de Butiatuba, esperando o dia feliz da ressurreição.

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